domingo, 30 de setembro de 2007

O livro usado.

Todo mundo gosta de um livro novo. Ser o primeiro a lê-lo, a tocar em suas folhas. Mas eu tenho um carinho especial por livros usados.

Livro usado tem história. Alguém já o amou ou o odiou. Ele já fez alguém chorar. Um livro usado pode já ter feito uma viagem, ter andado de metrô. Um livro usado tem marcas.

O livro usado está próximo de mim porque já viveu. Não quero dizer que o livro usado é melhor que o livro novo. Eles são diferentes. O livro novo precisa de cuidados especiais, como uma criança; talvez, ele não receba bem críticas porque não está acostumado com elas. O livro novo pode levar uma lágrima ou uma risada demais em conta. O livro usado não. Como se conhece bem, sabe de seu próprio charme e seu humor, e sabe que nossas lágrimas podem durar o tempo de uma virada de página.

O livro novo ama de uma maneira arrebatadora e pode despertar ciúmes; o livro usado ama de uma maneira mais madura, torcendo para que esta seja a última e duradoura vez, mas está preparado caso ocorra uma mudança.

Mas, o que mais me fascina em um livro usado é que ele nunca esquece quem é. Pode ter sido usado como peso de papel, pode ter sido esquecido durante anos em alguma estante empoeirada; apesar disso, ele nunca perde sua essência, sus identidade. Seja como for, aconteça o que acontecer, ele continua sendo um livro.

(post originalmente publicado em um outro blog meu)

8 comentários:

Ricardo [DIVERSITÀ] disse...

Eu adoro ir nos sebos...minha relação com livros velhos é só uma questão de custo/benefício mesmo. =]

bjs

Ricardo [DIVERSITÀ] disse...

Ahhh, adicionei teu blog na minha blogofesra.

Anônimo disse...

Ah, pelo jeito vc está numa fase em que escreve e re-publica os 'meus' tipos de posts...amei este tb. Claire.

Anônimo disse...

Fala Pritt, Valeu o comentário, espero que freqüente...
Bem, a proposta não é bem um jornal.. na verdade quero ter um espaço onde eu possa falar, informar, praticar isso que pretendo exercer como profissão da maneira que eu a idealizo, sem a selvageria do mercado.
Quanto ao ingresso para "o amor..." eu consegui sim! Você não?? Estou contando as horas... esse romance é um dos melhores livros que já li! E o Gabo é quase que um horizonte profissional, e porque não pessoal também...

Bom, depois volto pra comentar melhor no seu blog, mas pensei que você não atualizasse mais, por isso sumi...

Beijos!

Walter Cruz disse...

Eu tenho uma estranha relação tanto com os livros novos quanto com os usados. Pra ser sincero eu aprecio o cheiro de ambos. Não sei de qual gosto mais

Pablo Ramada disse...

Oi,

tem um post que gostaria da sua opinião, vai lá depois.

Abraços!

fjunior disse...

eu não gosto muito de livro usado não... em geral, me fazem espirrar... mas qdo arrumo algum, escolho os mais velhos possíveis... com mais de trinta... imagina? quanto estória não tem?

Adriano Estevam disse...

Priscilla,

Que fascinante! Bonito, lúcido e profundo. Gostei muito do último parágrafo e sua abordagem sobre identidade. Aparecerei mais vezes por aqui.=) Abraços